Os poros
são todos pustulosos,
insistem em postular
o que há de vir.
Não há que adivinhar o futuro,
quero apenas fistulizar.
Escapar, fugir, drenar.
Não me permito a me permitir.
Quero poder errar,
escolher o descaminho,
caminhar sem destino,
mesmo que termine sozinho
num fundo cego.
Se assim for, serei roto!
Como um arroto,
que escolhe o caminho contrário.
Um burro teimoso,
que teima que teimar é errado;
teimando infinitamente.
Definitivamente esse sou eu,
teimando minha tristeza
queimando o tempo
sem nunca ter certeza,
de que ainda há vida aqui.