sábado, 25 de maio de 2013

Órbita


O problema
é o espaço entre nós.
Você me diz pára,
e eu me disparo.

Só paro quando noto que
o nó que atei,
não se desfez...
Não se desfaz...

Me volto
em mil voltas
ao redor de ti,
só de ti.

Minha luz vem
do teu brilho,
e tentas insistente
iluminar minha face oculta,
assim como o sol
jamais fez com a lua.

Escondido entre nebulosas
mesmo a anos-luz,
me aqueço com teu calor,
sorrio teus risos,
me alegro com tua energia,
e me afogo aos teus prantos.

Quem me dera,
pudera, eu, ser teu norte,
seria grande a minha sorte.

sábado, 18 de maio de 2013

Só, apenas, sem pena

Só sigo meu caminho só.
Consigo só seguir meu caminho?
Só, consigo no escuro,
que solidão que dá.

Sossêgo nessa vida
só cego consegue.
Me cega a mente
sonega a dor
não nega o amor.


Era uma vez...


Eu te amo, eu te amei,
do futuro já não sei.
Lembro das chuvas,
do telhado de vidro,
das goteiras na sala
nas noites de domingo.

Lembro também
das flores que não mandei,
das velas queimadas
naquele jantar mal cozido,
das garrafas soluçantes,
das lágrimas embebidas
pelo vinho.

E como esquecer
dos sorrisos que me causaste,
e das dores que te pungi.
Me perdoa, me perdoaste,
ainda não me perdoei.
Não sei quanto tempo levarei,
mas a chama permanece acesa,
como faísca num barril de pólvora.

A culpa me apavora
por tudo que estou perdendo,
arrependimento perdido no tempo,
antecipado sofrimento,
inútil, apesar de tanto.
Continuas me perdoando,
com tanta paciência e zelo,
jogando sal na ferida aberta
no que sobrou da minha alma capenga

De olho no espelho,
vejo meu rosto deformado,
de fato, estou voltando ao velho formato
de sapo.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Noite de Inverno

Até mesmo a Lua
se cobre com as nuvens
nessa noite de inverno.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Breve sonho

Pudera eu brincar de ciranda com as estrelas
se bem que, não sei cantar
nem as estrelas cirandar.

domingo, 5 de maio de 2013

Domingo


Ruas vazias,
silêncio que ecoa
pelas avenidas.

Dois pares de passos
idosos, saltitantes
caminham em direção
à missa dominical.

Cabeças que doem
tentando esquecer
de ontem.

Corpos que acordam
por mera rotina,
voltam a repousar
assustados com o silêncio.

Almoços em família,
discussões sobre o passado
nunca perdoado.

Nuvens ociosas
recobrem o céu da manhã,
chovem no final
de mais domingo.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Ao tempo

Tempo, que arrepio que me dá,
como o frio que corre a espinha,
enruga a pele
só de lembrar.

Nunca se acaba,
se eterniza na mínina palavra,
no oi e no adeus,
nas flores roubadas,
no verão vivido
e no outono que há de vir.

Tão ligeiro quando passa,
se faz de sonso e se prolonga
no cinema da memória,
lembranças surreais.

Tempo, que a todos promete
curar os males do amor,
dos mal amados varre a poeira
do presente; Deixa só os buracos
na calçada da saudade