sábado, 18 de maio de 2013
Era uma vez...
Eu te amo, eu te amei,
do futuro já não sei.
Lembro das chuvas,
do telhado de vidro,
das goteiras na sala
nas noites de domingo.
Lembro também
das flores que não mandei,
das velas queimadas
naquele jantar mal cozido,
das garrafas soluçantes,
das lágrimas embebidas
pelo vinho.
E como esquecer
dos sorrisos que me causaste,
e das dores que te pungi.
Me perdoa, me perdoaste,
ainda não me perdoei.
Não sei quanto tempo levarei,
mas a chama permanece acesa,
como faísca num barril de pólvora.
A culpa me apavora
por tudo que estou perdendo,
arrependimento perdido no tempo,
antecipado sofrimento,
inútil, apesar de tanto.
Continuas me perdoando,
com tanta paciência e zelo,
jogando sal na ferida aberta
no que sobrou da minha alma capenga
De olho no espelho,
vejo meu rosto deformado,
de fato, estou voltando ao velho formato
de sapo.
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