segunda-feira, 15 de julho de 2013

Borboletas do outono

Chega o outono
e as borboletas amarelas.
Folhas mortas, bailarinas,
dançam ao vento
saltam e balançam
sentem o compasso
o passo descalço
a valsa que acaba
crocante
A morte seca
das bailarinas mortas,
folhas desgarradas,
pétalas ágeis
de flores que nunca existiram,
animam as manhãs
de outono do meu domingo.
Da janela que permanece fechada,
eu vejo tudo pelas frestas
da persiana impermeável.
O assovio melindroso
do minuano me faz sorrir,
não estou triste sozinho.

domingo, 7 de julho de 2013

Se sabes, a saudade

É saudade apenas
que devora teu tempo,
rouba tuas horas de sono
e dilacera teu sossego.

É saudade apenas,
não é arrependimento!
O passado é belo
e as lembranças permanecem quentes
nas páginas das manchetes.

É saudade apenas,
mas dói como câncer.
Tira a fome, some o ar...
Que doença louca que quase mata
apenas por saudade.

E se não for saudade apenas,
se estiver escondido sob o véu da ausência
um amor latente, sempre presente
no passado e no futuro?
Disfarçando no sarcasmo
a vontade de se render.

Não dê cabo a ele,
te acabe nele.
Não te cabe a saudade,
se sabes o que quer.