domingo, 12 de julho de 2009

Tributo à morte

Queria ter a Vida como amiga, mas ela é tão bela como traiçoeira. A Vida está perto no momento que se encontra nos olhos de alguém o Amor; no momento de diversão com os amigos, no momento que se faz um pedido para uma estrela cadente e no momento que se sente a brisa leve diluir o calor vindo da aurora.
É óbvio que a Amizade é solidificada nos momentos de Tristeza e necessidade. Quando no fundo do poço com uma colher empunhada para se aprofundar mais o leito sobre o qual se sustenta e, talvez, encontrar um pouco de água para se afogar; amigo é aquele que estende a mão. Onde está a Vida nessa hora? Quem afaga, abraça e cuida é a Morte. Ela é a única a acalentar e a apresentar uma solução para a Dor e o Sofrimento.
Sigo com a Morte do meu lado, ela é a luz que incide sobre minha cabeça, a luz do meu túnel vertical. Sei que quando me cansar de cavar, procurando a saída do meu claustro, ela estará ali, me esperando, e finalmente deitarei junto à ela.

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