domingo, 7 de abril de 2013
Sujeito oculto
Ele não se conteve,
continha tudo.
Transbordava a qualquer gota
de lágrima ou felicidade;
Não retinha, dividia
cada sorriso e cada pranto
sem medo, em todos os cantos
espalhava seus pedaços
e suas miudezas
com uma grandiosa sinceridade.
A cada passo em falso
tropeço ou soluço,
uma mão se estendia
retribuindo um abraço passado.
Para cada amor,
uma infinitude a todo momento.
Um constante contentamento
com tudo que pudesse ser,
um domingo chuvoso,
um feriado no sábado,
uma segunda sem graça...
Tudo era felicidade.
Mesmo quando acabava,
a infinitude permanecia na tristeza,
mesmo nos momentos mais felizes.
Era um cara engraçado,
que mesmo na mais profunda tristeza,
só por sua presença
todos sorriam.
Era de um andar solitário
e um sorriso contagiante,
de ar aristocrático,
com um sentimento comum.
Era de uma forma disforme,
a presença inata da ausência.
Ele foi a contradição
que se contradisse,
um sujeito difícil de falar.
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