Olhos de boneca, corpo diminuto
A saia rodada não ciranda mais
Curvas infláveis sem sopro de vida
onde esconderam tua alma
tua infância ficou em qual avenida?
Brota em teu ventre a semente do fruto maldito
raízes te consomem por dentro, matam como erva daninha
Abortas, mais uma vez,
com a naturalidade de quem vomita.
Deixas escorrer das tuas entranhas
o resto de pureza que um dia havia.
Já não tens ódio, nem esperança,
resta o sossego inquieto da indiferença
queres apenas uma noite sozinha